Em 22 de novembro de 1963, o mundo assistiu, estarrecido, ao assassinato do presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy. Em plena luz do dia, em Dallas, Texas, Kennedy foi alvejado enquanto desfilava em carro aberto. Seu assassinato não apenas interrompeu um mandato, mas também marcou uma era de instabilidade política e social nos Estados Unidos. Décadas depois, o eco desse atentado ainda ressoa como um alerta sobre os riscos da intolerância e da radicalização.
No dia 10 de setembro de 2025, véspera do aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001, que ceifaram 2.977 vidas nas Torres Gêmeas em Nova York, outro episódio trágico abalou os Estados Unidos: o assassinato de Charlie Kirk, ativista conservador e fundador da organização Turning Point USA. Kirk foi baleado durante um evento universitário em Utah, enquanto discursava sobre liberdade de expressão e violência política. A morte de Kirk, assim como a de Kennedy, não pode ser dissociada do contexto político e social em que ocorreu — um ambiente cada vez mais polarizado, onde o debate de ideias tem sido substituído por ataques pessoais e, tragicamente, por violência física.
Enquanto isso, no Brasil, o Supremo Tribunal Federal seguia julgando a Ação Penal 2668, referente aos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. O ministro Luiz Fux, em voto proferido, divergiu dos colegas e absolveu a maioria dos réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando ausência de provas e destacando que manifestações políticas não devem ser confundidas com tentativa de golpe. No dia anterior, 09 de setembro de 2025, um dos advogados de defesa de um dos acusados foi impedido de palestrar em uma universidade pública, em um gesto que, embora simbólico, revela o cerceamento do livre debate, contrariando o que deveria ser cultivado em ambientes acadêmicos.
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Esses episódios, separados por décadas e por fronteiras, convergem em um ponto comum: a fragilidade da democracia diante da intolerância. A liberdade de expressão, pilar fundamental de qualquer sociedade democrática, está sendo corroída não apenas por atos violentos, mas também por silenciamentos sutis, como o impedimento de uma palestra ou mesmo a manipulação da informação.
A imprensa, por sua vez, nesse cenário, assume um papel crucial. Mais do que informar, ela tem o dever de conscientizar despida de influências. O ativismo jornalístico, quando guiado por ideologias e subterfúgios linguísticos, deixa de cumprir sua função social, retira o senso crítico e passa a ser instrumento de polarização. A notícia deve ser limpa, objetiva, sem adjetivos que distorçam os fatos. A linguagem deve ser ponte, não trincheira. Debater ideias, mesmo as que discordamos, é parte essencial de uma sociedade livre.
É preciso, urgentemente, resgatar o valor do diálogo. Discutir ideias, não aniquilar pessoas. A empatia deve substituir o ódio, e o debate deve prevalecer sobre a violência. A democracia não se sustenta em unanimidades, mas em dissensos respeitosos. Que os assassinatos de Kennedy e Kirk, os atentados de 11 de setembro, e os episódios recentes no Brasil sirvam como lembrete de que a paz não é ausência de conflito, mas a presença de respeito.
Artigo publicado por Valério Ribeiro na edição nº422 da Revista Em Voga.
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