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6 de março de 2020

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E EMPRESARIAL DE JUIZ DE FORA – ACEJF

Próxima de completar 124 anos, talvez muitos não conheçam a história da Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora – ACEJF, que se confunde com o próprio desenvolvimento de nossa cidade. Uma entidade secular fundada em 12 de julho de 1896 por um grupo de comerciantes, industriais e empresários agrícolas, cujo objetivo seria a defesa da classe empresarial e a contribuição para o desenvolvimento do comércio local. Foi a primeira associação comercial fundada em Minas Gerais com esse objetivo e teve como líder primitivo a figura de Daniel Pinto Corrêa, nome da comenda hoje conferida a pessoas por ela homenageadas.

O prédio onde abriga sua sede foi edificado no início do século XIX cujo projeto, ao lado de prédios importantes como o Theatro Central, Casa de Itália, Colégio Santa Catarina, Repartições Municipais e Colégio Granbery é da lavra da Companhia Pantaleone Arcuri, empresa fundada em 1895 pelos imigrantes italianos Pantaleone Arcuri e Pedro Timponi. A pujança do empreendedorismo de Juiz de Fora naquela época pode ser notabilizada pela inauguração da primeira usina hidrelétrica da América do Sul, em 1889, por Bernardo Mascarenhas, que além da companhia têxtil que carregou seu nome foi também um dos fundadores do Banco de Crédito Real de Minas Gerais, cujo projeto de sua sede também é assinado por Raffaele Arcuri, filho de Pantaleone Arcuri.

Em 1919, ano da inauguração de sua sede, a Associação Comercial foi visitada por Rui Barbosa, tendo ele inaugurado o Livro de Visitas da entidade. Na ocasião, o Águia de Haia assinalou sua honra indizível de abrir o livro, nominando Juiz de Fora como a Barcelona mineira, em referência comparativa à importância da cidade espanhola. Ainda segundo Rui, “a Associação Comercial é o coração das forças produtoras em cujo futuro se contém o porvir deste Estado”. No ano de sua inauguração, período da República Velha, Epitácio Pessoa foi eleito sucedendo Rodrigo Alves, falecido de gripe espanhola no ano anterior, após vencer as eleições presidenciais de 1918.
A pintura do prédio onde abriga a sede da ACEJF coube a Ângelo Biggi, pintor de origem italiana também responsável pela obra do afresco do Theatro Central de Juiz de Fora. Biggi, nascido em Roma, veio para Juiz de Fora com apenas 20 anos de idade, após ter estudado na Academia de Belas Artes da capital italiana. O pintor faleceu em Juiz de Fora em 1953 deixando obras significativas na capital mineira, onde trabalhou por vários anos.

A Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora é uma entidade que se confunde com a história de nossa cidade. Eleito para o quarto mandato, o presidente Aloísio José de Vasconcelos Barbosa pontua sobre a necessidade, ao conhecer a história da ACEJF, de sentir a energia de todos aqueles que de um modo ou de outro ofereceram sua contribuição ao setor empresarial, trabalhando pelo amadurecimento do espírito associativo e pelos princípios da livre iniciativa, braços sólidos desta pioneira entidade.

*Artigo publicado por Valério Augusto Ribeiro na edição nº356 da Revista Em Voga.

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