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18 de abril de 2017

DOE

DOE saber que em nosso país a relação entre público e privado se mistura em negociatas e acordos espúrios, fraudatórios de licitações, influenciadores de campanhas eleitorais e em detrimento do cidadão comum, pagador de impostos.

DOE imaginar que alguns partidos políticos defendem a manutenção do Estado em alguns setores, não com sentimento nacionalista de proteção do patrimônio público, mas, em defesa da possibilidade de indicar aqueles dirigentes que irão compor os mais variados acordos de corrupção e falcatrua.

DOE pensar que os valores destinados a caixa 2 e propina poderiam ser usados na construção de escolas e hospitais, em atendimento daqueles que de fato necessitam de alguma intervenção estatal para sua sobrevivência.

DOE enxergar um sistema sofisticado de desvio financeiro elaborado por algumas empresas, capaz de coaptar as mais variadas autoridades públicas e políticas e lhes dar alcunhas em tom jocoso, como se o país fosse um conto de fadas ou um grande campeonato de futebol, lastreado em planilhas de pagamento ilícito.

DOE perceber que os políticos por nós eleitos, escolhidos através do sufrágio, nada mais são que atores de um grande palco, preocupados em salvar a própria pele em lista fechada de candidatos, sem dar a mínima importância àqueles que os elegeram.

DOE ver que o dinheiro dos nossos bancos de desenvolvimento servem para desenvolver outros países, ao argumento de socorro internacional, mas, que nada mais é que desvio de patrimônio, em acordos internacionais de safadeza política.

DOE reconhecer que regredimos duas décadas e que o pais do futuro, embalado pelo marketing político, nada mais é que uma nação com 20 milhões de miseráveis vivendo abaixo da linha da pobreza, 13 milhões de desempregados sem perspectiva, 50 milhões de analfabetos funcionais e 35 milhões sem acesso a água potável.

DOE confessar que os políticos e as novelas são reflexos sociais que personificam grande parte daqueles que os elegeram e daqueles que as assistem, em autêntica identidade psíquica, na expectativa de que o personagem terá um desfecho favorável ao interlocutor.

Mas, o que mais DOE, é que apesar de todo o sofrimento, o povo brasileiro não perde a esperança de um dia ver esse país dar certo, apesar de algumas castas de políticos e empresários brigarem vigorosamente para que seja mantido o stato quo.

Assinado: Departamento de Operações Estruturadas.

Valério Augusto Ribeiro – Advogado

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