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26 de março de 2021

O BOOM DO MERCADO IMOBILIÁRIO

Duas grandes causas podem ser observadas na constatação de que estamos vivendo um verdadeiro boom na área imobiliária. Os especialistas são uníssonos em apontar ao menos duas situações que contribuem para esse resultado: acesso ao crédito e mudança de hábito. A consequência direta é que ainda teremos um longo período de aquecimento no setor, com lançamentos habitacionais de prédios e terrenos residenciais.

A primeira grande causa, geradora de todo esse aquecimento, pode ser apontada com a redução da taxa básica de juros, em patamares próximos a zero. Países que passaram por experiência semelhante viveram longos períodos de pujança no setor. Não obstante o último aumento praticado pelo Banco Central, elevando a taxa Selic a 2,75%, certo é que o crédito, que absorve mais lentamente esse impacto, ainda se encontra acessível para uma grande camada da população. É que com a redução das taxas as parcelas mensais também diminuem e a renda exigida passa a ser mais acessível com a diminuição do risco de inadimplência.

Apesar de o Brasil ainda ter uma elevada taxa de desemprego, certamente que o número de pessoas com acesso ao crédito aumentou significativamente em nosso país. Com o aumento do número de financiamentos e o aumento do acesso ao crédito, mais e mais pessoas buscam a segurança de adquirir ou mesmo investir seus recursos no sonho da casa própria.

Outro ponto relevante pode ser observado como consequência direta da crise sanitária. É inquestionável que as pessoas aprenderam a trabalhar em home office e a desenvolver suas atividades sem ter que sair de suas casas. Além disso, é possível perceber que esse ambiente se converteu em um espaço onde todos passam mais tempos juntos.

A mudança de hábito fez com que as pessoas buscassem espaços mais amplos e com maiores opções de lazer e segurança. Os condomínios verticais, por exemplo, passaram a ser o alvo das atenções, na medida em que reúnem todos os atributos de espaço, segurança, lazer e conforto. Varandas gourmet e prédios com lazer completo também foram as opções mais procuradas nos últimos dois anos. Estima-se que a demanda reprimida por imóveis no Brasil esteja próxima de 12 milhões de unidades residenciais.

Certamente que novos hábitos e novas preferências foram percebidas no mercado consumidor. A experiência do distanciamento e do trabalho doméstico não trarão a extinção absoluta da velha forma de se deslocar ao trabalho. Porém, uma mudança significativa de hábito foi experimentada por muitos que, a partir de agora, não mais abrirão da qualidade de vida e do conforto de ficarem mais tempo em casa.

*Artigo publicado por Valério Ribeiro na edição nº369 da Revista Em Voga.

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